Nos últimos tempos a valorização do professor tende a se diminuir, seja por parte do governo assim como da sociedade. Importa afirmar que, quem contribui muito para a desvalorização desta classe é o próprio governo quando não pensa em nenhuma política para reverter o cenário. Certamente que o professor é a raiz de uma nação e sem ele, nada pode desenvolver. Se hoje temos médicos, engenheiros, ministros, deputados até presidente é graças ao trabalho do professor porque ninguém ocupa esses postos quando não sabe ler, escrever, falar e contar. Mas hoje em dia são os mesmos que deixam desaparecer o valor do professor. De entre os funcionários da função publica o professor é único que não tem direito de escolher um mês de férias, que não tem direito de deslocações com ajuda de custo, que não tem outros subsídios tal como acontece em outros sectores como por exemplo na saúde.
Quando o benefício é para professor sempre não há condições. Não há condições para pagar horas extras e turno e meio. Porém, há regalias para deputados, há subsídio de férias para os mesmos, há subsídio para médicos, mas não há nada para o professor.
Mas o professor também merece subsídios particulares devido a natureza do seu trabalho, como por exemplo, os seguintes 4 subsídios:
1 - Subsídio de exame: o subsídio de exame pode ser algo novo para Moçambique mas a maior parte dos países africanos incluindo Angola pagam esse subsídio, por reconhecer que quando chega esse período o professor vive um ambiente de agitação, pressão e de muito trabalho fora do normal chegando a ficar de pé por muitas horas de vigilância em dois períodos diferentes, acompanhando alunos nas casa-de-banho e mais. Sem esquecer que as nossas escolas são daquelas que não dão água muito menos lanche, urge a necessidade de atribuir um subsídio para motivar o professor durante este período. E se isso não acontece até hoje é porque o professor é um funcionário com muitos deveres e poucos direitos. Queremos acreditar que se os exames fossem vigiados por polícias ou deputados aqui teríamos avultado somas de subsídios.
2 - Subsídio de férias: Em Moçambique a maior parte dos funcionários da função pública tem direito de escolher um mês para repouso (férias) algo que que não acontece para os professores, pois, os que tem direito são os membros da direcção e mais ninguém. Uma vez que o professor não tem direito de escolher um mês de férias em função das suas necessidades urge a necessidade de atribuir-lhe um subsídio de férias a ser pago no final do ano junto do 13º salário. Dizer que o professor sai férias juntamente com os alunos, não é justificação porque féria é aquilo que o funcionário pede por meio de um requerimento. De lembrar que o momento em que os alunos saem férias os professores continuam na escola realizando actividades de natureza pedagógica, tais como: correcção de exames, preenchimento de pautas, estatísticas entre outras actividades.
3 - Subsídio de risco (pó de giz): Apesar de não se tomar em consideração mas o professor corre muitos riscos ao inalar o pó de giz. O professor inala giz todos os dias até ao fim da sua carreira o que lhe da o direito a subsídio porque é a sua saúde que esta em risco. Queremos acreditar que se o giz fosse instrumento usado na assembleia da república ou em grandes sectores, os utentes do mesmo teriam um subsídio e bem justificado.
4 - Subsídio de planificação: o professor não é como outros funcionários que o seu trabalho começa depois de chegar no seu posto de trabalho. O trabalho do professor começa de casa através da planificação e planificar não é só descrever o que será feito na sala, há planos que obrigam o professor a produzir algum material, ou mesmo recorrer a internet para explorar alguns documentos pelo que merece um subsídio.
É muito triste ver deputados que o professor formou ontem, mas hoje não têm tempo para discutir a melhoria da vida dos seus professores. Pena do professor.
Lamenta-se bastante o comportamento da ONP que pouco faz para defender os interesses desta classe, ouve-se dizer por ai que existe um Sindicato Nacional dos Professores mas na verdade desde que o mesmo foi criado ainda não vimos alguma inovação na classe docente. Continuamos órfãos com pais vivos.
fonte: aideiassine90@gmail.com